sábado, 5 de julho de 2008

[Ideias Soltas]

Tal como seria de prever, não continuei o texto anterior no dia seguinte à sua publicação. Oh que pena, deveria pensar eu, mas não. Se o tivesse feito não iria sair nada de jeito, não tenho inspiração nem ideias que justifiquem tal obra ^^
Hoje, foi diferente. Tive mesmo de vir, não aguentava mais. . . A sensação de poder explodir a qualquer momento estava a deixar-me com vontade de adormecer e não acordar nunca mais, se é que me entendem ao usar tal eufemismo.
Voltei a escrever no meu quarto, na minha cama. Está demasiado frio para estar na varanda mas, mesmo assim, não resisto a ter a janela entreaberta. Assim ainda consigo ouvir a noite talvez isto me agrade, talvez não seja bem assim.
Afinal de contas é no murmúrio da noite que muita coisa se questiona. É sob o camuflar do escuro que as memórias vêm ter connosco e nos fazem pensar. É nestas horas de solidão que o medo ganha terreno. Quantas vezes não paramos para pensar em tudo o que se passa na nossa vida à noite? Talvez porque seja nestas horas que dedicamos um bocadinho do nosso tempo a coisas que, apesar de encaradas como insignificantes e superficiais, são essenciais. Será o tempo demasiado precioso para se perder com tais pensamentos? Não. Pelo menos não deveria ser. De que nos valerá o tempo quando cairmos do abismo porque não pensámos devidamente no que estávamos a fazer? Aí, teremos todo o tempo do Mundo mas sem razões nem motivos para usufruir dele. Mas, como em tudo na vida, a noite não é de todo sinónimo de perfeição. Nem sempre se torna uma boa conselheira (tal como acontece com a almofada :P), nem sempre pensar no escuro nos faz bem. Tantas são as questões que nos atacam incessantemente, fazendo-nos por em causa sentimentos, atitudes, ideais que sempre teimámos em seguir e respeitar. . . Valerá tudo isso a pena? Além disto, temos as memórias que, apesar de longínquas, não deixam de estar presentes e aqui surge o medo. Medo de perdermos as pessoas que mais amamos, medo de errarmos a cada passo que damos. . . Nada é fácil, por vezes somos obrigados a fazer escolhas das quais mais tarde nos vimos a arrepender, o mesmo acontece com as coisas que dizemos sem pensar e sem sentir. As emoções são difíceis de controlar e os sentimentos de ódio e rancor tornam-se superiores a qualquer outro que paire sobre nós. Tenho de aprender a controlar-me. Nunca me perdoaria se te perdesse, por pura estupidez da minha parte, não iria aguentar ficar sem ti. Quase te perdi uma vez, estava disposta a deixar tal coisa acontecer sem reagir perante o abismo em que me estava a querer afundar, mas tal não se irá repetir. Talvez sejas ainda a única razão que dá sentido a tudo o que faço. . . A verdade é que só me sinto bem se estiver sozinha e sem ter ninguém a falar comigo. Sei que pelo menos enquanto estou longe de tudo e de todos não faço asneiras, não magoo, não firo sentimentos nem destruo a vida de ninguém. Poderei destruir a minha, admito que sim, mas prefiro estar assim. Talvez goste de bater com a cabeça nas paredes. . . E depois? Algum dia algo irá ceder. Ou a minha cabeça ou a parede :S
Talvez por isto eu também escreva. A escrita tem o efeito de me acalmar, posso libertar tudo o que estou a sentir através dela. Ódio, raiva, alegria, histerismo, excitação, felicidade. . . Enfim, inúmeros sentimentos que sou incapaz de exprimir de outra maneira. Parece que já nada tem significado, olho para alguma coisa, que outrora havia sido importante, e não me diz nada. Tudo perde o valor que tanto demorou a ganhar! Tudo se perde e nada se transforma, é simplesmente substituído. Perde-se um amor, não se transforma em amizade. . . Simplesmente irá ser substituído por outro amor. Perde-se um telemóvel, não o iremos transformar noutro. Deita-se fora e substitui-se por um melhor.
A verdade é que me sinto uma estranha dentro da minha própria casa. Só o meu quarto continua a ser meu, o resto é apenas ilusão. Sinto-me prisioneira numa vida que os outros criaram para mim, nada faz sentido, tudo parece tão pensado ao pormenor que se torna falso tocando mesmo a barreira do ridículo. Eu sinto-me a pessoa mais falsa do mundo por entrar nesta falsidade iludida.
Talvez o que me fez vir aqui escrever não tenha sido o ascender de uma explosão interior mas sim o rastilho que levará a tal pois a verdadeira explosão, essa está para breve. . .
So' tenho pena que as pessoas criem ilusões a meu respeito, exijam de mim mais do que aquilo que eu posso dar e as vezes me façam parecer coisas que eu não sou.
I’M NOT A PERFECT PERSON.
I’M JUST A LIE!
PS1: Obrigada às minhas musas inspiradoras de hoje, Flávia e Sílvia :D Sem vocês não teria conseguido.
PS2: PÁRABÉNS NUNO GOMES *.* [Ja' e' 1:33 da manhã ou seja, dia 5 de Julho e por isso lhe dei os parabéns xD]

1 comentário:

Anónimo disse...

"é no murmúrio da noite que muita coisa se questiona. É sob o camuflar do escuro que as memórias vêm ter connosco e nos fazem pensar. É nestas horas de solidão que o medo ganha terreno" palavras escritas num momento "nao do ascender de uma explosão interior mas sim o rastilho que levará a tal pois a verdadeira explosão, essa está para breve. . ."
inda nao tinha vindo ver a obra-d-arte a que te inspirei... ;)
nao sei se esta' para breve ou s ainda falata....por vezes parece breve,q o rastilho ja' esta' no fim....mas dps....parece q o rastilho aumenta um grande bocado e ate' mesmo q esta' pretes a apagar-se....
altos e baixos....asim e' a vida....

adorei o texto....neste,mais do q em qlq outro,parece que escreveste num momento em q eu estava na tua mente xD pois identifico-me com o q escrevest....adorei
adoro-te anja ;)
continua a escrever q eu leio e comento XD

ASS: ANJA RESENDE