quarta-feira, 30 de julho de 2008

A New Life *_*

Há muito tempo que este post espera ser publicado. . Não o fiz antes pois não tinha certezas suficientes se o deveria fazer, ou melhor, não sabia se o poderia fazer. Hoje tive essa certeza e aqui estou eu :D
Acabei de virar a página, terminar uma fase da minha vida e tentar começar do zero. Longe daqui, longe desta vida que já se começava a tornar insuportável. Mas, tudo tem o seu lado negativo. . . Essa nova vida será iniciada longe das pessoas que mais amo no Mundo.
Para trás ficarão os dois anos da pré, os três anos da escola primária, os cinco anos na Gomes Eanes e os três anos da ESFA! Como o tempo passa. . . Durante estes anos conheci pessoas que me marcaram, por boas ou más razões, mas todas elas se tornaram numa parte da minha vida. Há coisas que nunca se esquecem e tenho pequenas recordações, dos tempos mais antigos, que ainda hoje prevalecem e que nunca mais serão esquecidas. Ainda me lembro do primeiro dia que fui para a escola. . Ao contrário de muitos, eu queria ir para lá! Era talvez o único lugar onde me sentia verdadeiramente "em casa". Estupidez minha? Talvez. Com o passar dos anos fui perdendo um certo interesse (esta parte era desnecessária) mas nunca deixei de gostar de tudo o que vivia. Desde o primeiro ano, altura em que fiz dois anos num na escola, que fui habituada a estar sempre em turmas com pessoas mais velhas que eu. Sentia-me bem no meio deles, isso também me fazia parecer um pouco mais adulta mesmo que não o fosse. Cheguei ao 2º ciclo com nove anos, acabados de fazer, e olhava para tudo com tal expectativa que chegava a pensar o que fazia eu tão nova no meio daqueles "matulões" todos. Ahahaha. [ Naquela altura eu era pequenina :x ] Foi ali que cresci, que tive os meus primeiros grandes amigos, o primeiro amor mais a sério, as primeiras maluqueiras mais drásticas. . . Enfim. Uma panóplia de aventuras que, contadas, davam decerto um livro bem engraçado. O 9º ano deve ter sido o melhor de todos até então. . . Foi simplesmente único! Seguiu-se a ESFA. . . Não sabia bem o porquê mas julgava que ia odiar andar ali, era demais para mim. . [tinha nesta altura 14 anos]. Com o passar do tempo aprendi a gostar daquele lugar. . . A pouco e pouco mostrava ter qualquer coisa de especial, era tudo muito diferente mas muito igual simultaneamente. Este mistério fascinava-me. Após uns 10º e 11º anos normais [ de salientar apenas as viagem de dois dias a Lisboa (10º) e à Corunha (11º). Nesta última descobri que tenho um quadro profundo num museu espanhol juntamente com a Sílvia (tem um buraco xD) e fizeram-se as primeiras experiências da 'posição do copo'. . .AhAhAh. Nem vale a pena dizer que tanto numa como noutra o sono foi trocado pela galhofa e a tentativa de directas, frustradas por parte de alguns]. Agora sim. . . o 12º ano! Bem, esse superou o incrível 9º ano de longe! Foi mais que único. . Foi perfeito! Sem dúvida o melhor ano de todos! Ganhei um grupinho fantástico de amigos que viraram anjos, ganhei três gémeos e mais dois irmãos falsos, ganhei aventuras, histórias. . .
Hoje, quando entrei na ESFA, provavelmente pela última vez ( em actos oficiais xD), passaram-me pela cabeça todos esses momentos e deu-me uma vontade enorme de voltar atrás. Voltar a viver tudo aquilo de novo, sem mudar nada. . Com as mesmas pessoas, nos mesmos sítios, da mesma maneira. . .Só assim valeria a pena e, até os momentos menos bons, eu quereria repetir pois em todos eles sentia que tinha do meu lado pessoas que em momento algum me abandonaram e que sempre estiveram ali a apoiar. Olhava para todos os cantos e todos eles me traziam recordações. As entradas dos pavilhões na quais fazíamos aquelas asneiritas (os belos cinco minutos, não é Flávia?), os dias em que apanhávamos o Jerome a pintar a parede e depois ficávamos a ler as revistas que supostamente lá estavam para a tinta não pingar no chão, os cacifos, o quadro do "vendo cu", os dias em que íamos brincar com as garrafas de água para a relva e depois nos expulsavam de lá, aquelas tardes e manhãs em que íamos fazer escândalos para a biblioteca a interpretar poemas de forma menos própria e depois desatávamos às gargalhadas e, para variar, também éramos expulsos, os joguinhos de matrecos a fazer sons estranhos, as conversas paralelas às aulas em que púnhamos papéis de colados na janela para que os da janela do pavilhão da frente respondessem, as brincadeiras no laboratório, os desenhos no quadro nos intervalos. . . Vou ter saudades de tudo! Das salas geladas logo pela manhã, de dançar kuduro com a MJ em cima das mesas enquanto supostamente estaríamos a fazer um trabalho, de tirar fotos nas aulas de matemática com flash, das aulas de português que tinham que ser gravadas para que se conseguisse apanhar tudo o que a professora dizia, dos abaixo-assinados que fazíamos para calar a professora, dos papeis que voavam pelas mesas todas sem que ela se apercebesse, das calinadas constantes que apanhávamos deles e depois nos púnhamos a rir horas seguidas, os desenhos nas mesas, dos mistos (quase sempre frios) mas que não sabem bem em nenhum outro lugar do mundo, dos almoços na cantina em que éramos sempre os últimos a sair, das vezes em que deixámos de comer porque começávamos com histórias porcas à mesa ( ex: blhac! Esse puré parece vomitado..), das idas à casa-de-banho aos montes, do belo do chocolate sempre à hora de almoço, das conversas com a D.Rosa que descambavam sempre para a badalhoquice, dos poemas que escrevíamos ao Agnelo e que ele adorava, até das vezes em que fazíamos parzinhos entre os funcionários ( D.Natália e Sr. Zé Tic- Tac que nunca apareciam quando eram precisos, o Sr. Luís e a D.Laurinda sempre na arrecadação. . .), dos saltos do Jerome nos intervalos, dos moches no meio do chão do pavilhão C, das arrecadações do swing, das experiências laboratoriais que davam sempre errado porque eram aldrabadas. . . Enfim. Todos aqueles pequenos momentos em que estávamos sempre juntos!
Claro que até as aulas tinham o seu q.b. de cómicas. .
As stressadas aulas de biologia em que não ouvia nada porque passava o tempo a encher as margens do livro da Sii de poemas (mais tarde apanhados pelo Nelito xD), as de AP em que íamos para a biblioteca fazer 'nenhum', as de matemática que apesar de sérias tornavam-se divertidas, as de EF em que fazíamos o que queríamos, as de FQ em que púnhamos a professora com os cabelos em pé, e sem nunca esquecer as de português! Essas sim! A tia Juju era o auge *_* Quando ela trocava os 'v' pelos 'b' e depois não sabíamos como se escreviam as palavras que ela dizia, quando me chamava Marlene (:@) mesmo com toda a gente a dizer que era a Sara -.- , sinceramente ninguém ouvia nada daquelas aulas mas ela nem dava por isso tal era o entusiasmo com que falava. . Não dá para descrever nem metade! Ai. . O baile e a viagem de finalistas *_* Momentos únicos! Lindos! Perfeitos! Memoráveis!
Agora tudo isso acabou.
Já não somos mais os miúdos do liceu! Já não temos as facilidades que tínhamos outrora, já não podemos estudar nas vésperas. . . Começa uma vida de responsabilidades na qual estamos dependentes de nós próprios. O que eu odeio esta frase --'
Quero voltar atrás! Quero os meus amigos de volta! Quero a minha vida de criança de volta! TUDO!
Eu sei que tal é impossível x(
Eu sei que nada vai voltar. . .
Agora, cá vou eu com 17 anos para longe. . .Futura advogada/juíza deste país a cair no declínio total. Não sei o que vou fazer daqui em diante mas, por agora, não quero pensar nisso também.
Apesar de tudo, estou feliz.

Agora sim, mais do que nunca =D

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sinto-me a definhar completamente. Tento olhar à minha volta e parece que nada vejo, que nada tem existência e muito menos significado. Pergunto quem sou eu e o que faço eu aqui, qual o meu papel afinal nesta vida. . .
Tudo parece uma mentira, tudo fora criado para que possamos viver minimamente felizes, para que nos possamos sentir realizados de alguma forma, capazes e com razões para sorrir.
Tento ser como todos e acabo por não ser como ninguém, talvez no fundo eu própria não seja ninguém. Dou por mim a mentir para proteger sentimentos, pessoas, emoções escondidas. . . prometo que será a última vez mas tudo é retomado instantes depois. Porquê? Será a necessidade de mentir demasiado forte para que possamos lutar contra ela? Não! Não pode ser. . Repito incessantemente esta frase para mim, talvez na ânsia de eu própria me convencer de que tal é verdade, de que a mentira se tornará dispensável neste Mundo cada vez mais verdadeiramente falso.
Comecei a escrever com raiva de mim própria, com vontade de partir o próprio teclado tal era a força com que premia as teclas! Digamos que a música pseudo-deprimente que estou a ouvir não representa propriamente uma ajuda para que tal não aconteça mas estou bem assim. . A curtir o meu desespero, a minha própria sepultura. Bolas! Estou a transformar-me numa cortadora de pulsos, ironicamente.
Enfim.
Há uns tempos criei um novo conceito: falsidade saudável. Aaha! Passou-se, pensariam vocês (pequena, e quando digo pequena é mesmo pequena, comunidade que ainda se dá ao trabalho de ler este blog). Mas não. . . Estou perfeitamente consciente daquilo que provém da minha inspirada autoria. Por vezes perguntam-nos se estamos bem, se temos algum problema e nós, apesar de até estarmos talvez repletos deles, dizemos com um ligeiro esboçar de um sorriso que não, que está tudo bem. Eu adaptei esta táctica como sendo o meu escape. . . Não consiste em mentir àqueles que comigo se preocupam, por muito poucos que eles sejam, mas sim em evitar incomodar os outros com problemas e dilemas diários que só a mim me pertencem. Prefiro guardar tudo isso só para mim, se um dia me afundar, que assim o seja, mas irei sozinha com os meus problemas! Não terei o peso na consciência de que arrastei alguém na minha desgraça interior, na minha miserável existência. . Uma falsa existência, é certo.
Posso até comparar a minha existência à minha sombra. . Ora, se dizem que a nossa existência tem uma razão de ser, que todos temos uma luz que nos incentiva diariamente a viver então poderá, tal como já referi, estabelecer-se uma analogia entre a existência e a sombra, esta também provocada por uma luz: o Sol. O único senão a colocar-se sobre esta teoria será que, pelo menos para mim, não há nenhuma luz que se digne a guiar a minha existência, daí ela ser tão falsa, tão inútil. . Poderia até dizer que não há sol na minha vida e, por isso, até a minha sombra acabará por desaparecer. Eu sei que tenho muitas pessoas que nunca me abandonam, que nunca deixam de acreditar em mim e nas minhas capacidades, que me amam. . blá blá blá. EU SEI DISSO! Mas até essas pessoas acabarão por nos deixar. . Nunca nada é definivamente nosso! Há sempre algo ou alguém que teima em roubar-nos tudo o que ainda nos resta e, quando tal acontece, morremos, nem que seja interiormente, é aqui que perdemos a razão de viver e a nossa existência se torna falsa. Bah! O que poderei dizer? GodBye? Talvez não. Mas de uma coisa eu tenho a certeza: se um dia me roubarem, ou eu própria perder, o amor e a amizade de certas pessoas, uma parte de mim morrerá mesmo, morrerá aquela que não sabe viver. . . Sem eles, sem tudo aquilo a que eles já me habituaram. . . Pouco a pouco desvanecer-se-à até que. . . puff! Talvez um dia tudo volte ao normal. .

Até lá. . .

quarta-feira, 23 de julho de 2008

<3

Podia estar horas a escrever sobre ti, a dizer o quão especial te tornaste para mim em tão pouco tempo mas nunca conseguiria demonstrar tudo o que sinto, tudo o que despertas em mim, as sensações, aquelas vontades estranhas, depois de uma certa hora, que só tu sabes provocar. . . Enfim.
Não dá para explicar o que vivemos naquela tarde, naquela noite. . . Foi tudo tão mágico, tão único, tão perfeito que só desejava que nunca terminasse! O pôr-do-sol visto do melhor sítio, a melhor paisagem, as melhores estrelas, o melhor vento, a melhor companhia. . Tornaste aquele encontro mais que perfeito. Foi nosso e isso bastou :D
Cada abraço, cada carinho, cada olhar e mesmo até quando me fazias cócegas [:@] . . tudo isso valeu a pena. Repetiria tudo! Até a parte em que me bateste. . xD
Lembras'te quando eu disse "Como é que isto aconteceu assim?" e tu respondeste "Não faço ideia. . . Mas valeu a pena." ? Estas frases resumem tudo. Tudo aconteceu depressa, sem explicação mas não se tornou menos intenso por isso. . Muito pelo contrário.
Teria ficado lá contigo para sempre. . Do alto de tudo, com o Mundo aos nossos pés!
Finalmente, deste-me a noite que me devias :) Mas em contrapartida, agora deves-me muitas mais. . .
Ah, claro que ainda tenho que terminar aquilo que comecei :D Não me esqueço! Naquele momentinho final apanhei'te mesmo de surpresa. . Ahahaha!
Obrigada Amor :D
Por estares sempre do meu lado, pelo apoio, por me fazeres tão feliz. . .
Agora, mais do que nunca, sei que tudo o que passamos valeu a pena!
AMO'TE PARA SEMPRE!
*.* Meu Ruben *.*
<3
Tinha prometido a mim mesma que nunca mais voltaria a escrever aqui. Tentei apagar definitivamente o blog mas nem disso fui capaz. Talvez porque seja uma das poucas coisas que eu posso dizer que seja mesmo minha, porque é a minha história que está aqui espelhada e essa ninguém poderá alterar. Pode ser alegre, triste, sufocante, deprimente. . . Mas é minha! Ao longo de um ano por muitas coisas passei. Criei este espaço a pedido de uma amiga/irmã e cheguei a um ponto que estava de tal maneira envolvida que começava a ficar viciada. Já me revoltei muitas vezes também, já tive vontade de apagar tudo, de esquecer algumas das coisas que aqui estão mas nunca fui capaz. Por muito más recordações que o sejam agora, todas elas já foram especiais. . .Uma vida nunca se pode apagar não é? Infelizmente, é certo. Há certas coisas que poderiam ser apagadas eternamente. Enfim, é nestas peque nas coisas que percebemos o quão vulneráveis somos, talvez a nossa vida não seja realmente nossa, talvez seja comandada por alguém superior mesmo que nós não nos apercebamos de tal facto. . Talvez nunca encontraremos respostas para tais perguntas. . Talvez seja melhor assim.
Hoje tive mesmo necessidade de vir aqui. Não consegui suportar tudo o que estava a sentir, precisava de o escrever, exteriorizar a minha raiva, a minha dor, a minha angústia da mesma maneira que sempre fiz.
Talvez ande demasiado ausente da vida daqueles que mais precisam de mim, não me consigo aperceber de que estão mal, que precisam do meu apoio, da minha ajuda . . Falho como filha, como amiga, como irmã. . Tudo.
Sempre me julguei uma pessoa forte. Capaz de suportar as maiores dificuldades, de enfrentar os meus problemas, de ajudar os que me rodeavam. . Sempre julguei que não era qualquer pessoa que me conseguiria deitar abaixo, que do alto da minha força quase nada me faria entrar na "fossa", por assim dizer. Ultimamente tenho-me apercebido exactamente do oposto. São mais os dias em que estou em baixo do que aqueles em que sou capaz de acordar e sorrir porque a vida é bela -.-
Não sei qual o porquê para que tal aconteça, talvez faça demasiados filmes acerca de assuntos, nos quais nem sequer devia pensar, talvez ande demasiado pessimista ou, talvez, apenas agora tenha começado a aperceber-me do que realmente é a vida.
Há certas coisas que até podem fugir do nosso controlo mas há uma que nem a pessoa mais forte será capaz de enfrentar: a morte. Já perdi muitas pessoas, todas as vezes que via partir alguém doía, cada uma à sua maneira, mas houve uma que me custou particularmente. . . A morte do meu avô. Foi sem dúvida a pessoa que mais me marcou, pelo que era, pelo que significava para mim. . . Por que é que temos que perder estas pessoas? Por que é que ele morreu? Por que é que ele não volta? Preciso tanto dele aqui! Das mãos calejadas dele quando me abraçava, quando me sentava no colo dele, quando me levava a passear. A voz dele, os gestos, o olhar *.* Herdei a cor dos olhos dele, só isso os torna especiais para mim. Nada me orgulha mais do que me dizerem "Tens os olhos do teu avô!". . Literalmente, claro. Queria tê-lo ao meu lado de novo, tal como há 10 anos o tinha. . Quantas vezes já desejei ir para junto dele mas sei que não seria a solução e que o iria deixar desiludido. Não quero isso, quero que ele tenha orgulho em mim, naquilo que sou, na pessoa que ele próprio ajudou a criar. Posso errar muitas vezes mas aqui prometo. . Avô, não te voltarei a desiludir x'D
Por muito que eu desejo o contrário, dentro de pouco tempo irei perder algumas das pessoas mais improtantes da minha vida. POR QUE É QUE TEM DE SER ASSIM? Se mais cedo ou mais tarde temos de perder as pessoas que amamos, por que é que elas têm que se atravessar no nosso caminho? Não seria muito mais fácil vivermos sozinhos? Ou, pelo menos, apenas peço para que eu desapareça antes delas. . .Não existe pior dor do que aquela que sentimos quando perdemos alguém que amamos, quando sentimos aquele vazio que nada nem ninguém consegue preencher e, por muito que o tempo passe, à feridas que nunca saram, há sentimentos que nunca mudam, há uma dor que nunca desaparece, há memórias que nunca se esquecem. .
Vai custar tanto olhar para trás, passar por aqueles sítios que tanto significado têm e já não podermos viver nada do que outrora vivemos. Por momentos, como que em pequenos flashes, vão passar'nos pela cabeça todas as gargalhadas, todas as histórias, todas as aventuras, todos os momentos bons e até os maus, nos quais ficavamos horas a dar conselhos, muitas das vezes sem sentido nenhum, ou até bastava ficarmos em silêncio para que o outro sentisse que estavamos ali, para tudo o que fosse preciso. Como nos iremos sentir? Saudades por o termos vivido? Sofrimento por não o voltarmos a ter? Grrrr. Por vezes chego a pensar se haverá alguma razão suficientemente forte para que possamos viver.
Há uns dias, deparei-me com uma situação estranha. Eutanásia. Nunca tinha pensado sequer neste assunto. . . Quer dizer, sabia o que era, algumas das razões que levavam a tais pedidos desesperados de morte. Chegava a estar de acordo com tais actos, achava-me capaz de 'ajudar a morrer' desde que a razão fosse acabar com o sofrimento. Simplesmnte nunca tinha colocado a questão da maneira que eu vi. . . A situação consistia no facto de um casal, que era muito apaixonado, tinha tudo para ser feliz. De um momento para o outro ela perde o bebé de que estava à espera, ele tem um acidente e sabe que vai ficar imobilizado para o resto da vida. Com o passar do tempo, além de nunca mais poder andar, iria precisar de ajuda para respirar ou seja, tornar-se-ia um "corpo morto". Ele, pediu-lhe para o ajudar a acabar com aquele sofrimento, para o esquecer e se afastar da vida dele porque não tinha o direito de a prender a alguém assim, incapaz de a fazer feliz, de lhe dar aquilo com que ela havia sonhado. . . Se o amava tanto como dizia, teria de lhe fazer aquele vontade pois era o seu maior desejo, morrer. Ao início, ela dizia que não conseguia fazer o que ele lhe estava a pedir mas, ao contrário do que eu esperava, ela cumpriu o desejo dele. Retirou-lhe a máscara de oxigénio e ficou ali, a vê-lo morrer enquanto ele lhe pedia para não chorar, queria apenas ver o sorriso dela para poder levar consigo essa imagem.








Por muito que eu tente não me consigo imaginar em tal situação. De uma coisa tenho a certeza, não o conseguiria fazer. . . Nunca iria suportar a ausência física dele, ajudá-lo a morrer seria como que uma desistência da sua própria vida. . Poderia até estar a ser egoísta, a pensar apenas nos meus sentimentos mas, na verdade iria estar sempre a cometer um crime, estaria a matar a pessoa que amo. Isso custaria mais do que vê-lo daquela maneira. . Não estaria a perder a minha vida, não estaria presa a alguém que não conseguiria concretzar todos os meus sonhos. . Talvez por que ele era a minha vida e todos os meus sonhos passavam por ele, por estar junto dele! Por que o amor que sentia iria ser maior que tudo o resto e seria capaz de tornar aqele sofrimento menor. . Nunca o iria abandonar! [Por isto te pedi para que nunca fizesses aquele pedido. .]
Assim que for possível, colocarei a última parte da série.
Não consigo escrever mais por agora sobre este assunto.


O texto não possui título pois não consegui encontrar nenhum que se justificasse ao ponto de o publicar. Fica assim por enquanto.

sábado, 5 de julho de 2008

[Ideias Soltas]

Tal como seria de prever, não continuei o texto anterior no dia seguinte à sua publicação. Oh que pena, deveria pensar eu, mas não. Se o tivesse feito não iria sair nada de jeito, não tenho inspiração nem ideias que justifiquem tal obra ^^
Hoje, foi diferente. Tive mesmo de vir, não aguentava mais. . . A sensação de poder explodir a qualquer momento estava a deixar-me com vontade de adormecer e não acordar nunca mais, se é que me entendem ao usar tal eufemismo.
Voltei a escrever no meu quarto, na minha cama. Está demasiado frio para estar na varanda mas, mesmo assim, não resisto a ter a janela entreaberta. Assim ainda consigo ouvir a noite talvez isto me agrade, talvez não seja bem assim.
Afinal de contas é no murmúrio da noite que muita coisa se questiona. É sob o camuflar do escuro que as memórias vêm ter connosco e nos fazem pensar. É nestas horas de solidão que o medo ganha terreno. Quantas vezes não paramos para pensar em tudo o que se passa na nossa vida à noite? Talvez porque seja nestas horas que dedicamos um bocadinho do nosso tempo a coisas que, apesar de encaradas como insignificantes e superficiais, são essenciais. Será o tempo demasiado precioso para se perder com tais pensamentos? Não. Pelo menos não deveria ser. De que nos valerá o tempo quando cairmos do abismo porque não pensámos devidamente no que estávamos a fazer? Aí, teremos todo o tempo do Mundo mas sem razões nem motivos para usufruir dele. Mas, como em tudo na vida, a noite não é de todo sinónimo de perfeição. Nem sempre se torna uma boa conselheira (tal como acontece com a almofada :P), nem sempre pensar no escuro nos faz bem. Tantas são as questões que nos atacam incessantemente, fazendo-nos por em causa sentimentos, atitudes, ideais que sempre teimámos em seguir e respeitar. . . Valerá tudo isso a pena? Além disto, temos as memórias que, apesar de longínquas, não deixam de estar presentes e aqui surge o medo. Medo de perdermos as pessoas que mais amamos, medo de errarmos a cada passo que damos. . . Nada é fácil, por vezes somos obrigados a fazer escolhas das quais mais tarde nos vimos a arrepender, o mesmo acontece com as coisas que dizemos sem pensar e sem sentir. As emoções são difíceis de controlar e os sentimentos de ódio e rancor tornam-se superiores a qualquer outro que paire sobre nós. Tenho de aprender a controlar-me. Nunca me perdoaria se te perdesse, por pura estupidez da minha parte, não iria aguentar ficar sem ti. Quase te perdi uma vez, estava disposta a deixar tal coisa acontecer sem reagir perante o abismo em que me estava a querer afundar, mas tal não se irá repetir. Talvez sejas ainda a única razão que dá sentido a tudo o que faço. . . A verdade é que só me sinto bem se estiver sozinha e sem ter ninguém a falar comigo. Sei que pelo menos enquanto estou longe de tudo e de todos não faço asneiras, não magoo, não firo sentimentos nem destruo a vida de ninguém. Poderei destruir a minha, admito que sim, mas prefiro estar assim. Talvez goste de bater com a cabeça nas paredes. . . E depois? Algum dia algo irá ceder. Ou a minha cabeça ou a parede :S
Talvez por isto eu também escreva. A escrita tem o efeito de me acalmar, posso libertar tudo o que estou a sentir através dela. Ódio, raiva, alegria, histerismo, excitação, felicidade. . . Enfim, inúmeros sentimentos que sou incapaz de exprimir de outra maneira. Parece que já nada tem significado, olho para alguma coisa, que outrora havia sido importante, e não me diz nada. Tudo perde o valor que tanto demorou a ganhar! Tudo se perde e nada se transforma, é simplesmente substituído. Perde-se um amor, não se transforma em amizade. . . Simplesmente irá ser substituído por outro amor. Perde-se um telemóvel, não o iremos transformar noutro. Deita-se fora e substitui-se por um melhor.
A verdade é que me sinto uma estranha dentro da minha própria casa. Só o meu quarto continua a ser meu, o resto é apenas ilusão. Sinto-me prisioneira numa vida que os outros criaram para mim, nada faz sentido, tudo parece tão pensado ao pormenor que se torna falso tocando mesmo a barreira do ridículo. Eu sinto-me a pessoa mais falsa do mundo por entrar nesta falsidade iludida.
Talvez o que me fez vir aqui escrever não tenha sido o ascender de uma explosão interior mas sim o rastilho que levará a tal pois a verdadeira explosão, essa está para breve. . .
So' tenho pena que as pessoas criem ilusões a meu respeito, exijam de mim mais do que aquilo que eu posso dar e as vezes me façam parecer coisas que eu não sou.
I’M NOT A PERFECT PERSON.
I’M JUST A LIE!
PS1: Obrigada às minhas musas inspiradoras de hoje, Flávia e Sílvia :D Sem vocês não teria conseguido.
PS2: PÁRABÉNS NUNO GOMES *.* [Ja' e' 1:33 da manhã ou seja, dia 5 de Julho e por isso lhe dei os parabéns xD]