sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Um mundo tão insensível que tenho a sensação de que aqui não pertenço, como se fosse um ET a vaguear por ruas e becos sem saída, mergulhando na escuridão de uma vida sem sentido nem qualquer rumo. Para onde me leva o meu futuro?

Tudo aconteça demasiado depressa, como se nem tivéssemos tempo de saborear cada momento, como se fossemos arrastados por uma corrente forte e devassa contra a qual é impensável lutar. Num dia estamos felizes e contentes no outro estamos no lado oposto. . . Parece que ainda ontem brincava nos recreios da escola, andava pelas ruas a correr e entoava canções de desenhos animados que adorava ver na TV. Hoje, olho para o que me rodeia e já perdi o direito a tudo isto. Dou por mim rodeada de edifícios que são património nacional nos quais não se pode brincar, corro pelas ruas mas devido à pressa e à falta de tempo que já começa a ser demasiadamente habitual, apenas posso entoar o nome e metodologias filosóficas de personagens que, a mim, nada me dizem.

Dava tudo para voltar atrás. Voltar a ter as mesmas pessoas, as mesmas aventuras, as mesmas rotinas, o prazer de entrar na ESFA de manhã e ter o ‘meu pessoal’ à minha espera, ter aquele “Bom dia” , ter aqueles abraços, ter aquelas conversas, simplesmente ter a vida de menina do liceu de volta. Não sei se será assim um orgulho tão grande estar numa faculdade. De que me vale este estatuto se no fundo não me sinto bem aqui? Inicialmente fez-me bem, muito bem até, mas as saudades começam a ser demasiado dolorosas, tudo isto me está a fazer afastar e a magoar muitos daqueles que sempre em mim acreditaram, estou a perder todos aqueles que ainda me restavam. O contacto já é pouco ou nenhum, salvo raras excepções, e com o passar do tempo tornar-se-á cada vez mais difícil. . . Acabaremos por nos esquecer uns dos outros, de tudo o que passámos, de tudo o que simbolizamos, da amizade aparentemente tão forte que nos unia?????? Não! Não poderei permitir que tal aconteça. Para que serviram então todas aquelas juras de que iríamos ser amigos para sempre? Estará esta ‘irmandade’ prestes a cair num declínio total que não conhecerá retorno?

Talvez seja eu a ter mudado, talvez tenha sido eu que me afastei, talvez a culpa seja, novamente, minha. Tornei-me mais fria e distante, admito. Sei que com isso estou a magoar quem não quero, sei que posso estar a cometer o maior erro da minha vida, sei que me poderei arrepender eternamente caso não altere esta situação. Perdoa-me! Perdoa-me se não consigo mudar, perdoa-me se não consigo evitar, perdoa-me se te estou a magoar, perdoa-me se te estou, mesmo que inconscientemente, a afastar. Não quero que me venhas a odiar, não quero que tudo o que temos possa vir a culminar com tamanha estupidez da minha parte, não quero ficar sem ti. . . Posso estar distante mas sabes que nunca deixas de em mim estar presente, posso não dar importância a coisas que antes dava mas no fundo apenas. . . .não sei. Desculpa mas não consigo encontrar uma justificação suficientemente plausível para tudo isto, não consigo. Odeio-me por isso.

Desculpa.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O tempo urge lá fora. A rapidez com que tudo passa por mim faz-me desejar nunca mais sair daqui. Gostava que tudo fosse assim, gostava que apenas fosse preciso estar sentada e olhar por umas sujas vidraças e observar o tempo a correr contra mim. Sinto-me como se fosse a caminhar para um futuro desconhecido no qual poderei ser feliz e encontrar a essência da vida ou então despenhar-me de uma vez. Por entre conversas alheias nesta sublime carruagem, na qual todas as restantes sete pessoas que me acompanham participam, eu limito-me a escrever mantendo-me à margem de tudo isto, fechada no meu mundinho e com um bloco ridículo na mão. Consigo aperceber-me da curiosidade de algumas destas pessoas ao tentarem perceber o que estarei eu aqui a escrevinhar e a olhar pela janela com tanta veemência. . . Enfim.
No meio de tudo isto tenho de frisar o sentimento, um tanto ou quanto claustrofóbico, no qual me vejo neste momento. O que para muitos poderia significar um belo pretexto para confraternizar e sentir o calor humano, para mim é como um espaço fechado, demasiadamente até, no qual me vejo obrigada a estar até chegar ao meu destino, o que não deve faltar muito, espero eu.

Não me identifico com estas pessoas, não faz parte do meu feitio estabelecer diálogo com qualquer desconhecido logo à primeira vista e por isso continuo aqui, sob o olhar atento de todas elas, mas simplesmente a fazer algo que me dá prazer: escrever.
Por esta altura o silêncio apoderou-se deste espaço o que o faz parecer ainda mais escuro e compenetrado do que há pouco. Não posso deixar de esboçar um sorriso ao vê-los dormitar (alguns de boca aberta, imagem pouco agradável :$), outros já acordados a conversarem sobre o seu tempo de juventude. . . É nestas alturas que páro para pensar e percebo o quão 'deprimente' será ser assim. Não quero que isto faça parte do meu futuro, não quero ter a idade deles e ter de viajar de comboio para reencontrar ocasionalmente amigos que já não via há anos, não quero estar com três camisolas, um casaco e um xaile e ainda queixar-me de que está frio quando lá fora estarão uns 20ºC, não quero ter de pedir ajuda para andar e sobretudo não quero vir a sentir dificuldade em escrever. Não! Isso nunca! No dia em que tiver dificuldade em escrever deixarei de ser feliz. . . E não me refiro a faltas de inspiração, isso é um caso aparte, mas sim a falta de capacidade física de libertar as minhas maiores alegrias, tristezas, desilusões, epifanias. . .Seria uma tortura. Poderia também citar o basquetebol, sem força também não conseguiria jogar, mas até este já passou para 3º prioridade na minha vida, a par do curso, neste momento.
Agora que parei, fiz uma breve leitura em tudo o que já escrevi e a pergunta impôs-se: o que é que me deu para escrever estas coisas a esta hora da manhã (7 e meia) e nestas condições? Estarei a ficar senil ou não teria mesmo mais nada para fazer? Talvez seja porque, por muito inacreditável que o seja, quando vinha a observar os campos pelos quais passava, lembrei-me de diversos poemas de Alberto Caeiro, também ele amante da natureza e dos sentidos e, então, por que não tentar escrever algo do género? Quando olho para o resultado final denoto a ruralidade das minhas palavras em comparação às dele mas, pelo menos, a viagem passou muito mais depressa.
Termino por aqui. Mesmo que tenha entrado no campo da estupidez ao escrever isto e que tudo se resuma a uma simples perda de tempo. Irei continuar a ser 'maluquinha' para todas estas pessoas que me viram escrever a viagem toda mas quem sabe se um dia não as lerão quando forem publicadas :D Aahahahaha! Delírios.
Até sempre x_x

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Coimbra *.*

Coimbraa!

Cidade dos estudantes, minha casa nos próximos, pelo menos, quatro anos.

Tenho finalmente a distância que pedi vezes sem fim nestes últimos tempos. Deverei estar descansada? Optimista? Feliz? Sim, sim, não. Os quilómetros que me separam de tudo o que me fazia sofrer dão-me a possibilidade de estar minimamente descansada, dão-me um certo optimismo e até alguma esperança em crer que tudo isto irá mudar. . . Agora, felicidade? Não, não poderei dizer que estou feliz. Por muito que me afaste de S.A., por muito que tente sorrir e não pensar em tudo o que deixei para trás, não consigo. Tudo o que de mau ficou para trás resumiu-se a um simples espaço e sentimento quase que ‘físicos’. Tudo o resto veio comigo e teima em me acompanhar diariamente no pensamento e no coração. Até porque o esquecimento total é perfeitamente fictício, as pegadas impressas na alma são indestrutíveis.

Tudo me leva a crer que por vezes o melhor a fazer seria tentar recompor a minha vida, tentar seguir o ideal de que, tal como quando estamos perante um precipício a única maneira de andar para a frente é dar um passo para trás. Não sou assim, não sou agarrada a ideais, sigo os meus objectivos por muito desfocados que sejam.

O passado acabou! Ficou gravado em páginas perfumadas de um livro muito bonito, com uma capa muito colorida mas no qual a história teve um desfecho, ao contrário de todos os outros contos de fadas, infeliz. Não há volta a dar, não adianta lutar mais por algo que se perdeu, não adianta reescrever páginas arrancadas e perdidas para sempre, não adianta querer contar tudo de novo, não há imaginação, não há talento, não há capacidade para tal. Um grande escritor nunca faz duas obras de igual sucesso, algumas superam, outros ficam abaixo das expectativas. Esta nem chegou a roçar o limite dessas minhas expectativas, ao tentar recuperar o pedaço que foi destruído apenas consegui desiludir-me ainda mais. A arte de viver consiste em sacrificar uma paixão baixa por outra mais elevada e há muito que fiz a minha escolha. Agora posso finalmente dizer que vivo na pior de todas as prisões, um coração fechado. Arrumações sentimentais, uns que saíram, outros que entraram e ainda os que reforçaram a sua presença e o seu valor em mim e para mim. Odiarmo-nos a nós mesmos é muito mais fácil do que se pensa, é muito mais fácil de alcançar este tipo de estados de espírito e de revolta interior do que aquilo que possamos pensar. Mas até isto acabou. É tempo de mudar :’D

Se existem duas atitudes morais de que o nosso tempo necessita com urgência, elas são o autocontrole e o altruísmo. É isto que pretendo, é nisto que vou acreditar, serão estas as minhas crenças. Metade dos nossos erros na vida nascem do facto de sentirmos quando devíamos pensar e pensarmos quando devíamos sentir. Se é esta a solução, se é aqui que está o segredo que procuro então SIGAAAA *.* Autocontrole será um pouco mais difícil de atingir. Mas lá chegarei, não há impossíveis não é?

Nova cidade, nova rotina, novos hábitos, novas pessoas, novas experiências, novos cheiros, novas ruas, nova escola, velhos amigos! Serão sempre os meus únicos e insubstituíveis amigos! Gémea, Flávia, Sara, Raquel, Sílviaa, Loira. . .Patrick, Paulo, Jer, Rui, Reco. . . Vocês estarão sempre aquii! Há coisas que nunca mudam e eu faço questão de que fiquem sempre presentes na minha vida, o vosso valor é incontornável, todos vocês ajudaram a transformar aquela criança nesta ‘mulher’, todos vocês já são um bocadinho de mim! Por tudo isto me custou tanto despedir de vocês, daqueles que foi possível. Quanto a ti, amooooor, foste sem dúvida a pessoa de quem mais me custou separar. Por muito longe que eu esteja quero que saibas que estarás sempre aquiii <3>

AMO’TE HOJE E SEMPRE <’3

Perde-te comigo *.*







terça-feira, 7 de outubro de 2008

Aviso!




Estas cadelas , com cerca de dois meses, estão abandonadas e precisam urgentemente de alguém que lhes dê carinho e atenção, caso contrário serão levadas para um canil e terão como destino o abate.
Não são de raça muito grande, são dóceis e muito brincalhonas, apenas precisam de um lar.
Se estás, ou conheces alguém, interessado em ser dono de alguma, ou mais do que uma, deixa por favor aqui um comentário e entrarei em contacto contigo :'D
Obrigada +___+
Elas merecem <3

sábado, 4 de outubro de 2008

Uma semana. A minha vida está circunscrita a uns míseros oito dias. Tudo poderá melhorar, tudo poderá ficar pior, tudo poderá permanecer igual. Pensando bem, penso que não poderá ficar pior do que já está, talvez por isso qualquer que seja a mudança que aí virá, será sempre considerada boa. Já disse isto vezes sem conta mas só agora percebo o quão insignificantes foram esses desabafos, o quão exagerados eram. . . Refiro-me à minha célebre frase “preciso de sair daqui”. Poderá até ser mais um dos meus devaneios de adolescente mimada, mas creio que não o será. Odeio a minha vida, odeio-me a mim, chego a odiar quem me rodeia mesmo sem razão aparente para tal. Estou a tornar-me num ser cínico, cruel, falso e vingativo. . Eu não era assim, não tanto, pelo menos. O que consigo com isto? O afastamento de todos aqueles que mais gosto, o desprezo íngreme mas tão doloroso que a cada dia se torna mais difícil de contornar.
Quero voltar atrás. . Umas horas, uns dias, uns meses, uns anos. . Não interessa. Quero voltar ao ‘antes’ e pronto! Estou farta de tentar ser alguém que não sou, farta de fingir que estou bem quando só me apetece curtir a ‘fossa’, farta de sorrir para que pensem que nada disto me está a afectar. Afecta oqey? Confesso! Afecta de uma maneira que nunca pensei ser possível, magoa como nunca antes me havia magoado, até a própria saudade é uma tortura só pelo facto de me fazer relembrar tudo o que passou, tudo o que perdi.
Lembro-me de uma frase de um filme “O passado é história, o futuro é mistério, o presente é uma dádiva. . . por isso se chama presente.”
O meu passado tem muita história, boa ou má, o futuro não me reserva grandes esperanças numa melhora e o presente. . .Bem, o presente é uma boa m*!
A minha vida já deu o que tinha a dar aqui. Quero Coimbra, Lisboa, o que for. . Quero tudo menos S.A. Esta já não é a terra onde nasci, já não tem as mesmas casas escondidas, os mesmos esconderijos onde outrora brinquei, não tem os mesmos cheiros do pão no forno ou das sardinhadas que se viam pelas ruas fora, já não tem o mesmo significado para mim. . . Talvez porque já esteja farta de tudo isto, talvez porque já não saiba apreciar estas pequenas coisas, talvez porque simplesmente não o queira fazer e deseje realmente sair daqui. Sair e não mais voltar :’D Sim! É isso! Dar um novo sentido à minha vida porque aqui já o perdeu, apreciar novos sítios porque estes só me trazem recordações e memórias, as quais eu quero esquecer pois se não o fizer continuarei a sofrer diariamente com isso. Estarei a ser demasiado inflexível? Demasiado fria e calculista? Talvez. Neste momento vejo-me obrigada a ser assim. Até o meu ‘Mundo’ já não tem qualquer sentido para mim. . . A revolta foi tal que arranquei tudo das paredes. É verdade, os 1001 posters que cobriam o tom branco das paredes desapareceram. . . Custou, é certo, mas foi melhor assim. Quero perder todo o tipo de ligação que ainda tenho com este espaço físico, acabou!
Posso até estar a ser cobarde, mais uma vez, a fugir de tudo o que me atormenta mas não irei voltar para trás nem culpar-me por tal acção. Preciso mesmo disto, desta vez serei eu em primeiro lugar! Comigo apenas levarei o essencial, e mesmo assim será pouco, levarei o meu holofote vermelho com o qual me refugio num quarto completamente fechado sempre que estou a precisar de estar sozinha e pensar, talvez na ânsia de tornar o ambiente ainda mais infernal, levarei aquela moldura de sempre +_+ e levarei três ou quatro pessoas no coração. Mais que isso não. . . Só assim conseguirei afastar-me por uns tempos de tudo isto, só assim conseguirei livrar-me de todos estes fantasmas, mágoas e sentimentos de culpa. Quero-te de volta, sim, mas como tal não é possível apenas digo “Adeus. . . Até um dia, quem sabe”.