sexta-feira, 27 de junho de 2008

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Deixei neste blog promessa de que hoje acabaria o texto que ontem deixei pendente. O dia passou e não fui capaz de a cumprir mas, agora, 22:53 horas do dia 27 de Julho, aqui estou eu de novo.
Optei pela mudança desta vez. Troquei a minha cama pelo chão, o meu quarto pela varanda. Talvez esta inovação a que me sujeitei me inspire e, quem sabe, se não me torna uma escritora digna de reconhecimento nacional. Pronto, além da inspiração este local também me trás alucinações, o que nem é mau de todo. Não me importava de passar os dias a sonhar se esses sonhos valessem a pena ser sonhados. Pegando no tema de ontem, hoje quase que era capaz de fazer um texto dizendo absolutamente o oposto. Talvez por que estou completamente ao ar livre desta vez, talvez por que o vento que ontem não tinha dentro daquelas quatro paredes, hoje já o consigo sentir. Que sensação *.* Muito melhor do que a que sinto no meu quarto mas, mesmo assim não trocaria. Olho para a rua e reparo que não há qualquer tipo de movimentação, excepto o eco do uivar arrepiante de alguns cães bem ao longe, não há sinais de vida nesta zona. Até eu, sinto-me quase como se estivesse morta, inactiva neste mundo destinado a parar. Enquanto escrevo mantenho algumas conversas paralelas por telemóvel. Mais um dos meus vícios (tema abordado hoje numa conversa com um amigo e que me fez pensar). Não me considero viciada em nada em particular, tenho os meus vícios e as minha drogas naturais. A música é talvez a maior deles todos, segue-se a escrita (quase tão importante como a música), o telemóvel e as pessoas. Decerto que estarão a pensar que as pessoas deveriam ser o meu vício principal, mas eu não sou assim. Tento não me agarrar a ilusões e a certezas que, muitas vezes, apenas existem na minha cabeça. Contudo, aquela tal conversa que referi à pouco, fez-me dizer uma coisa que nunca pensei ser capaz. Adiante.
(Pequena pausa para responder à mensagem da Sílvia) Tem sido uma constante nos últimos minutos. Odeio que ela me conheça tão bem, não consigo esconder-lhe o que estou a sentir. Nunca tive grande jeito para mentir mas, com ela é mesmo impossível fazer tal coisa. Ela está a achar estranho o facto de eu não estar na minha janela. Passo a explicar, a minha janela está a sensivelmente doze metros de altura e, como o vento bate lá com maior intensidade, costumo sentar-me no parapeito para ter essa sensação. Já sei que é perigoso e sempre que o meu pai me vê lá quase que lhe dá um ataque mas, é ali que eu gosto de estar. Talvez por que aquele sítio me faz recordar muitas coisas, muitas conversas, muitos momentos. Hoje abdiquei destas recordações. Estar na janela não tem a mesma graça que teve outrora, o vento já não me diz quase nada. Porquê? Bem, talvez por que as coisas de que me lembro quando lá estou também elas não me dizem nada, ou talvez me digam demasiado e eu não quero deixar que tal aconteça, ou talvez por que sim. Talvez seja este o argumento mais plausível no meio de todos os outros.
Começa a ser uma constante não conseguir encontrar explicação para as coisas que sinto e que me acontecem. Das duas uma: ou é mesmo difícil entender tudo isto ou a razão é sempre a mesma e isso começa a enervar-me profundamente. Parece que há medida que escrevo, o meu mundo se torna cada vez menos meu, se torna cada vez menos perfeito.
Momento raro: acabou de passar alguém na rua. Não sei dizer quem é até por que tive preguiça de levantar a cabeça e olhar para lá. Preferi ficar a ouvir o som dos seus passos. Ia devagar, quase caminhando ao som do bater do coração. É assim que todos andamos um pouco, perdidos sem saber bem para onde ir e que opções tomar e, por isso, caminhamos devagar. Como se em cada passo tivéssemos a esperança de descobrir um rumo, ao escutar o que se passa à nossa volta talvez sejamos capazes de encontrar uma razão ou algum tipo de “chamamento” por parte de algo ou de um alguém que nos mostre o caminho certo. Ultimamente tenho usado muito este sentido. Ouvir e calar tal como se diz na gíria popular. Enquanto escuto o que os outros me dizem não preciso de falar eu, não tenho de pensar nem sequer raciocinar e ter a preocupação de dizer frases com lógica. Assim, fico calada. Muda num mundo cada vez mais de surdos no qual ninguém dá ouvidos a ninguém. Regemo-nos pelas nossas próprias regras, as nossas ideias. A dignidade humana e o respeito pelos direitos humanos cada vez é mais escasso. Não gosto deste tema, vou prosseguir.
Posso falar por exemplo da nostalgia que sinto ao olhar para o céu, hoje perfeitamente ao meu alcance no seu todo, e não ter a sensação de olhar para a lua. Será que é lua nova? Nem quero saber. Até a lua muda. Todos mudamos, uns para melhor, outros para pior, mas todos mudamos. De vida, de opinião, de casa, de número de telemóvel, de estilo, de amigos. . . Só não podemos mudar uma coisa: quem somos. O que somos, isso sim pode ser alterado durante a vida, mas quem somos nunca muda. Vendo bem, também não podemos mudar de família, infelizmente, mas isso é outra história. Gosto da lua por isto, muda e todos o aceitam, apesar e não perceberem bem o porquê de tal acontecer. Claro que todos sabemos que está relacionado com a posição da lua em relação ao Sol e à Terra e blá blá blá. Mas, além disto, nada se questiona. Deveria ser assim em relação a tudo! Falo particularmente do meu caso. Por que é que qualquer mudança, por mínima que seja, no meu comportamento já é motivo de desconfiança e razão para alarme? ^.^ Só porque a Sara agora ouve incessantemente música aos berros, porque trocou os sons calminhos e deprimentes por “gritos e barulho”, assim carinhosamente designados pelos que me são próximos, já é sinal de insanidade. Sim, talvez esteja mesmo a ficar louca! Louca e farta. De tudo isto, dos mesmos sítios, das mesmas coisas, das mesmas pessoas. . . Enfim. Farta de tudo e farta de nada. Talvez seja este o culminar de uma situação que se arrasta à demasiado tempo mas à qual eu não dava a mínima importância.
Já são 23:48. Estamos quase a entrar num novo dia :D
Não se festeje, se fique triste por tal acontecer. Perante esta indecisão prefiro ficar indiferente.
Mais um pormenor interessante. Acabei de reparar que o meu computador está ligeiramente ‘maluco’!! Olhei para o ecrã e, naquela aplicação existente no ambiente de trabalho que nos mostra a temperatura da nossa região, chamou-me à atenção o número exorbitante que vi. Segundo a informação que me é dado, estão neste momento 86 graus no distrito de Viseu :O
Bem , ou estou a assar e não dou conta ou então até o computador está a precisar de férias. Está tudo a dar em doido -.-

É neste momento 00:00 em ponto. Olá novo dia, adeus dia velho.
As ideias começam a escassear, talvez por que algo mais importante chama por mim. Acho que era capaz de passar aqui o resto da minha vida, não necessariamente a escrever, mas neste sítio. Tal como hoje tive extrema necessidade de estar sozinha, de me isolar de tudo e fora do meu Mundo, também sinto agora necessidade de ficar aqui. Sei que não nos devemos deixar levar pelas emoções, não devemos ceder aos devaneios inimagináveis por vezes mas há coisas impossíveis de controlar. A meio de tarde, mesmo o calor sendo demasiado intenso, saí de casa sem rumo. Dei por mim no meio das árvores, sentada no cimo de uma pedra praticamente a chorar. Sim, fui para o meio da floresta :S Vagueei durante quase duas horas por caminhos e locais que, sinceramente, não me lembro de algum dia ter andado. Sabia que era o único sítio no qual não ia encontrar ninguém aquela hora. Precisava de pensar, de chorar, de explodir, de pôr as ideias em ordem. Até o meu Mundo começa a ser pequeno e demasiado “não-meu” para que me sinta bem em fazê-lo lá. Digo “não-meu” por que não consigo encontrar a palavra certa neste momento para expressar aquilo que eu queria dizer. Até as palavras já começam a faltar. Sempre que aqui venho e escrevo sobre determinados assuntos, apercebo-me do quão efémera é a vida, do tempo que por vezes perdemos com coisas tão insignificantes e fugazes. É nestas alturas que tenho vontade de dizer aqueles que mais amo o que sinto, nunca se sabe quando poderá ser a última vez que terei oportunidade de o fazer. Ultimamente parece que tudo passa tão depressa atingindo fins tão precoces que me fazem ter medo do futuro, desse dia que há-de chegar e que me roubará a vida. Tudo acabará aí. Tudo o que tiver construído, todas as pessoas, todas as histórias por mim vividas ficarão para trás e acabarão por ser esquecidas pelo tempo. . . Até o meu mundo terei de abandonar e com ele todas as minhas coisas.
Será o fim de tudo.
Será o meu fim *_*

00:28. Não consigo escrever mais. Agora fiquei ainda pior com este assunto.
Talvez amanhã continue. Prefiro não fazer promessas x[


3 comentários:

Sarica disse...

Ora c� estou eu a comentar mais uma vez... =)
Supreendes-me todos os dias, és daquelas pessoas que não dá para descrever..Numa hora tás a ser perversa noutra ja escreves de forma adulta...lool...
Tipo ao fim de quase 3 horas para ler isto vi que quando queres at� �s uma pessoa com cabecinha...lool..
deixast-m a pensar seriamente no mundo k m rodeia..a pensar na razao que me leva a levantar para um novo dia...a pensar porque tenho de sorrir ou xorar...
Obrigado por me fazeres acreditar nas coisas...obrigado por seres um alicerce do meu ref�gio..Amigos como tu são a base de toda a exist�ncia...Aqui entre nos que ningu�m nos ouve..loooll...apesar de muitas vezes s� me apetecer espancar-te, t� gosto de ti...(lamexas, blhac...lool)...
Azulinha �s uma fixe..
espero k gostes do coment�rio...(desta vez foi decente...hihi)

.. disse...

gostaria de conversa com vc, Sarah

Sara Campos disse...

Amanda, o que deseja?