sábado, 4 de outubro de 2008

Uma semana. A minha vida está circunscrita a uns míseros oito dias. Tudo poderá melhorar, tudo poderá ficar pior, tudo poderá permanecer igual. Pensando bem, penso que não poderá ficar pior do que já está, talvez por isso qualquer que seja a mudança que aí virá, será sempre considerada boa. Já disse isto vezes sem conta mas só agora percebo o quão insignificantes foram esses desabafos, o quão exagerados eram. . . Refiro-me à minha célebre frase “preciso de sair daqui”. Poderá até ser mais um dos meus devaneios de adolescente mimada, mas creio que não o será. Odeio a minha vida, odeio-me a mim, chego a odiar quem me rodeia mesmo sem razão aparente para tal. Estou a tornar-me num ser cínico, cruel, falso e vingativo. . Eu não era assim, não tanto, pelo menos. O que consigo com isto? O afastamento de todos aqueles que mais gosto, o desprezo íngreme mas tão doloroso que a cada dia se torna mais difícil de contornar.
Quero voltar atrás. . Umas horas, uns dias, uns meses, uns anos. . Não interessa. Quero voltar ao ‘antes’ e pronto! Estou farta de tentar ser alguém que não sou, farta de fingir que estou bem quando só me apetece curtir a ‘fossa’, farta de sorrir para que pensem que nada disto me está a afectar. Afecta oqey? Confesso! Afecta de uma maneira que nunca pensei ser possível, magoa como nunca antes me havia magoado, até a própria saudade é uma tortura só pelo facto de me fazer relembrar tudo o que passou, tudo o que perdi.
Lembro-me de uma frase de um filme “O passado é história, o futuro é mistério, o presente é uma dádiva. . . por isso se chama presente.”
O meu passado tem muita história, boa ou má, o futuro não me reserva grandes esperanças numa melhora e o presente. . .Bem, o presente é uma boa m*!
A minha vida já deu o que tinha a dar aqui. Quero Coimbra, Lisboa, o que for. . Quero tudo menos S.A. Esta já não é a terra onde nasci, já não tem as mesmas casas escondidas, os mesmos esconderijos onde outrora brinquei, não tem os mesmos cheiros do pão no forno ou das sardinhadas que se viam pelas ruas fora, já não tem o mesmo significado para mim. . . Talvez porque já esteja farta de tudo isto, talvez porque já não saiba apreciar estas pequenas coisas, talvez porque simplesmente não o queira fazer e deseje realmente sair daqui. Sair e não mais voltar :’D Sim! É isso! Dar um novo sentido à minha vida porque aqui já o perdeu, apreciar novos sítios porque estes só me trazem recordações e memórias, as quais eu quero esquecer pois se não o fizer continuarei a sofrer diariamente com isso. Estarei a ser demasiado inflexível? Demasiado fria e calculista? Talvez. Neste momento vejo-me obrigada a ser assim. Até o meu ‘Mundo’ já não tem qualquer sentido para mim. . . A revolta foi tal que arranquei tudo das paredes. É verdade, os 1001 posters que cobriam o tom branco das paredes desapareceram. . . Custou, é certo, mas foi melhor assim. Quero perder todo o tipo de ligação que ainda tenho com este espaço físico, acabou!
Posso até estar a ser cobarde, mais uma vez, a fugir de tudo o que me atormenta mas não irei voltar para trás nem culpar-me por tal acção. Preciso mesmo disto, desta vez serei eu em primeiro lugar! Comigo apenas levarei o essencial, e mesmo assim será pouco, levarei o meu holofote vermelho com o qual me refugio num quarto completamente fechado sempre que estou a precisar de estar sozinha e pensar, talvez na ânsia de tornar o ambiente ainda mais infernal, levarei aquela moldura de sempre +_+ e levarei três ou quatro pessoas no coração. Mais que isso não. . . Só assim conseguirei afastar-me por uns tempos de tudo isto, só assim conseguirei livrar-me de todos estes fantasmas, mágoas e sentimentos de culpa. Quero-te de volta, sim, mas como tal não é possível apenas digo “Adeus. . . Até um dia, quem sabe”.

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